quarta-feira, 14 de março de 2012

Durante as tempestades

Que fazer quando o mar não nos deixa penetrar nele?

Vai-se à piscina e treina-se o pulmão.

Sei que não sou a pessoa mais indicada para falar sobre este assunto mas farei os possíveis para não dizer muitas asneiras.
Pelo que sei, esta modalidade começou cá na ilha por volta do ano 2000 e com muito poucos praticantes, hoje já somos alguns e com resultados bastante simpáticos, mesmo a nível nacional.

Eu aderi a esta comunidade nos finais do ano de 2007 e desde então pude me inteirar de todo o ambiente em volta dos treinos e competições.
Nos treinos o ambiente é o mais relaxado possível e com muita "galhofa", e só com o aproximar das competições é que aparece mais pessoal para treinar, visto que no resto do ano os treinos resumem-se a 3 ou 4 pessoas no máximo, por vários factores:


1- O preço das entradas para a piscina são um pouco elevados;
2- Grande parte do pessoal só pode treinar depois do trabalho e por isso os treinos são depois das 6 horas;
3- De inverno as temperaturas não são tanto convidativas a andar de tanga;
4- De verão os dias são grandes e depois do trabalho muitos aproveitam para fazer um pouco de
caça submarina.
Outros factores existirão para afastar o pessoal dos treinos, mas quando se aproxima de uma competição é vê-los todos com a cabeça debaixo de água.

Os treinos distribuem-se por várias etapas, digamos assim, antes de tudo fazem-se uns alongamentos para acordar os músculos, de seguida umas 4 piscinas para ambientar o corpo á temperatura da água.
Depois vem o treino propriamente dito, que consiste numa sessão de relaxamento para diminuir o ritmo cardíaco e algumas estáticas para abrir os pulmões e preparar a "caixa".

(foto cortesia Frederic Buyle)

De seguida treinam-se as dinâmicas, com e sem barbatanas.
Os treinos não consistem em efectuar máximos em ambas as disciplinas, mas sim fazer séries de 50 metros ou 75 m.

Se por acaso durante uma dessas séries um dos atletas se sentir confortável no final da marca pensada inicialmente, aí faz um máximo para que o corpo se vá habituando e o atleta saiba até onde pode ir.

(foto cortesia Frederic Buyle)

Claro que durante um treino, o atleta enquanto está debaixo de água, não tem nada que o convença a ficar mais tempo lá em baixo, por isso nos treinos é raro fazer boas marcas ou recordes pessoais, enquanto que numa competição a conversa é diferente.

Os treinos de estática, que por sinal poucos de nós o apreciam (só um), consistem em grupos de 2 ou 3 conforme o pessoal e vão-se revezando na contagem dos tempos.
Na estática a ideia é não pensar em nada, tentar se abstrair de tudo, o que para mim é quase impossível.

Nessa altura, tento efectuar um percurso virtual, tipo ir de casa até um local, porque se começar-mos a pensar no tempo ou distância, aí ardeu, podemos esquecer uma boa prova.

Os resultados das minhas provas e do pessoal do Faial, podem ser consultados no seguinte link.

www.freedivecentral.com/f-decio-leal-723

Muito mais poderia ser dito acerca deste tema, até porque a apneia não se resume só ás disciplinas de piscina, mas isso fica para outra altura.

Décio Leal

Outra velha história

Sexta-Feira 13 (dia de azar ou sorte?)

Foi numa sexta-feira 13 que fiz muito provavelmente a melhor caçada da minha vida.

O dia começou ás 06 e pouco da matina, por isso quase que eu ia para o mar sem o fato.

Tudo pronto seguimos para norte da ilha porque o lado sul não deixava.
No barco éramos 3, eu o Paulinho e o pai dele que éra o nosso barqueiro. A primeira paragem foi na baixa dos inhames e esta como de costume não tinha peixe nenhum, seguimos mais para norte até ao próximo spot, muito conhecido pelos tubarões.

Caímos na água, a visibilidade éra boa, nada de corrente e pouco depois aparecem as serras, éram umas centenas delas mas na ansiedade falho o tiro e quando estou a armar a arma, vejo um bom irio a vir na minha direcção mas como não estáva pronto, chamei o Paulo que o trancou.
Mais uma volta pela baixa e as serras entram de novo, trancámos cada uma nossa e chamámos logo o barco.
Estáva o Paulo num agachon quando aparecem dois martelos a rondar. Eu nunca tinha estádo dentro de água com tubarões mas em momento algum senti me ameaçado ou preocupado, o único problema éra que o peixe desaparecia todo.

Depois deles perderem o interesse, voltou tudo ao normal e as serras voltaram também e foram mais duas para o barco.
Mais umas voltas tranco uma bicuda e um encharéu o Paulo também tranca mais um lírio e voltam mais dois martelos e na mesma altura entram vários voadores (espécie parecida com os bonitos), mas nunca se deixaram aproximar o suficiente.


Após nos afastarmos um bocado da baixa, saltámos para o barco para mudarmos de lugar só que aprecebemo-nos que estávamos longe da zona principal da baixa e voltámos para lá. Após cairmos na água, vejo uma bicuda grande no fundo e caio sobre ela e tranco-a.

Foi uma guerra, levou fio e ainda conseguia me puxar para o fundo, isto sim era uma caçada.
O Paulo trancou mais um belo irio e voltaram as serras só que como eu estáva cansado da bicuda, não tinha muita apneia para ajeitar o tiro e só o Paulo conseguio trancar uma.


Táva feito o dia mas ficaram as imagens de estarmos a meia água rodeados por centenas de serras, não é todos os dias.

Os primórdios do TEAM BARRACUDA

Ainda antes de sequer termos a ideia de formar o team, juntámo-nos os três e fêz-se uma saída de barco.

Foi no longínquo dia 26 de Setembro de 2009, que tive uma das melhores experiências de caça submarina.
Dias antes, verificando que o tempo estáva para se manter favorável a uma saída de barco, ligo ao Paulo Sousa (companheiro de caçadas) a saber se estaria de folga nesse fim de semana.

Tratámos logo de acertar a hora e encontrar mais uma pessoa.
Liguei ao Nelson e ficou tudo certo para um belo dia de mergulho.
Essa madrugada começou atribulada, visto o meu despertador não estar definido para despertar aos sábados e as 6:15 já iam longe, se não fosse o Nelson a me ligar eu dormia até ao meio dia.

Chegados ao barco, soube que teríamos barqueiro o que queria dizer que podíamos estar os 3 dentro de água.
Zarpámos em direcção à baixa do sul na esperança de encontrar algum peixe de jeito, mas estáva fraco, andáva lá um cardume grande de encharéus mas estávam muito fundos. Uns agachons para ver se entráva algum írio, mas nada, umas quedas atrás de umas bicudas, nada, o peixe estáva todo escaldado.
Acabando de dar a volta á baixa e .................... diz o Paulo, "o que é isto", a mim pareciam-me bicudas grandes, enormes, gigantes.

Éram Whaoos e bastantes.

O pessoal tenta chegar-se o mais que pode e notámos que não estávam espantados.
Eu fui o primeiro a conseguir uma distância razoável (julgáva eu), vou todo ligeiro e confiante com o meu canhão de 1mt e zás, o arpão ficou a meio caminho (hehe), eles vieram de novo e aí foi o Paulo com a sua arma de 1.30mt e atirou em cheio, num piscar de olhos o animal levou-lhe o fio todo para o fundo mas não corria muito o que éra indicio de que o arpão estáva a trincar alguma coisa que lhe tiráva a força.
O Paulo foi puchando o fio para cima e como não sabíamos se estáva bem trancado ou não, logo que o peixe estáva a jeito fui a baixo e enfiei-lhe ferro no lombo (adoro esta expressão), agora éramos dois a puchar por ele e ainda assim o peixinho dáva luta.
Assim que o peixe chegou à superfície, deitei-lhe a mão à cauda e o Paulo agarrou-lhe nas guelras e rematou-o, este já não fugia.


Enquanto eu e o Paulo estávamos a tratar deste amigo, os outros vieram novamente (não sei se éra do perfume, mas os gajos não bazávam) e o Nelson fez-se a eles com a sua arma de 90cm mas não teve sorte, o que demonstra que para cada tipo de peixe temos que ter o material indicado, para termos sucesso na captura e para não perdermos o material que é dispendioso.

Ver um cardume com cerca de 8 ou 9 peixes daqueles, é algo que eu só ouvia dos outros e que nunca pensei ver, muito menos ter a oportunidade de enfiar ferro num deles, mas o mérito foi todo do Paulinho que soube ter a calma necessária para uma boa aproximação e com a boa arma dele proporcionou-nos um excelente dia de caça.

Depois de saírmos da baixa fomos para o lado sul da ilha mas não apanhámos nada de interessante.

O peixe foi amanhado em minha casa e depois de tirar a espinha e cabeça, pesou cerca de 15kg, o que fazendo contas á cabeça, tripas e espinha, este peixe devia ter cerca de 20kg.

Nada mal.

terça-feira, 13 de março de 2012

Sucesso tardio


Ora viva,
O team barracuda juntou-se novamente para a galhofa e já que estávamos juntos, fomos ao mar.
Apanho a boleia do Nelson bem cedo e rumamos a casa do Sousa, depois de todos encafugados na PRECIOUS, rumámos para no Comprido de forma a analisar o mar.
Decidiu-se ir ao Norte Pequeno que ainda é longe.
Após chegarmos constatámos que a água estáva com bastante areia e com uma boa incha o que impossibilitava o mergulho.
Decidimos então voltar ao lado sul da ilha, mas onde?
Durante a viagem discutiu-se o local do mergulho e tendo em conta o adiantádo da hora, tínhamos que decidir depressa, ou íamos a C.B ou Capelo.
Optámos por não ir a C.B e entretanto eu já queria éra ir para casa, visto que 11h da manhã não são horas de ir para o mar.
Chegádos ao spot, toca a equipar para arriar, quando o Sousa arria uma bela de uma caralhada e mostra um enorme rasgão que tinha feito na manga, a vestir o fato. (rasgáste misto)
Pronto táva o homem triste da vida e o resto do pessoal a rir dele.
Após ele romper uma das meias dos sapatos para atamancar o fato, lá fomos para a água.
Buraco aqui, buraco ali, o Sousa apanhou o primeiro troféu (uma mostra de abrótea (assassino)).
Eu não querendo forçar muitos mergulhos em vão por causa de atrasar ao máximo a sinusite que me tem atrapalhado à meses, apenas fazia mergulhos quando via algum peixe de jeito.
Até que vejo o Sousa com um lirio trancado e a dar me sinal para mergulhar já.


Lá vou eu sem saber se éra para dobrar o peixe ou ver se andáva mais algum por ali, mais tarde ele disse me que éram dois lírios, mas quando mergulhei e vou a chegar ao fundo vejo umas antenas na beira da baixa, larguei tudo e quero lá saber se havia mais algum lírio, e butei-lhe a mão. Esta já cá canta e éra um macho.


O team ficou logo em alvoroço, elas andem aí.
Mais uns mergulhos e pouco depois o Nelson vê outra mas como já vinha na subida, o Sousa apanhou-a.


Pouco depois o Sousa apanha mais uma e um pouco à frente aproximamo-nos de uma baixa e noto uma zona de areia a terminar na baixa.
Dou sinal ao Sousa mas ele diz que não é nada, mas como eu vejo muitos filmes do youtube com fundos parecidos com aquele, vou ao fundo e ainda antes de chegar, já vejo umas antenas fora de um pequeno buraco em forma de triângulo. Aproximo-me e o bicho ainda se chega mais fora para me facilitar a captura.


O Nelson também queria apanhar uma (cego invejoso) e pouco depois o Sousa vê uma e diz-lhe onde está.
Manda-se o homem mas nada, procura mas nada, o Sousa vai ao fundo e aponta o local dela mas o Nelson já vinha para a superfície e o Sousa apanhou-a.
Depois decidimos terminar o dia e quando o Nelson tenta puxar a arma que estáva presa no fundo, ele teve que a ir desprender e ao mexer na arma, aparecem umas antenas curiosas com a arma, pronto mais uma para a rede.


Estávamos bastante satisfeitos com o mergulho e sobretudo porque foram machos e não teríamos problemas com algum tipo de fiscalização.
Apesar de ter sido um mergulho bastante tardio, acabou por ser uma boa pescaria e combinou-se logo grelhar o lírio e cozer um dos insectos para juntar o TEAM BARRACUDA todo.

Um jantar bem animado e bem regado.




Após o jantar o pessoal foi tocar umas músicas para acabar a noite em grande.

terça-feira, 6 de março de 2012

Caça submarina saída à barbatana




O ano de 2011, foi um ano de caçadas bastante positivas para o team barracuda, nomeadamente nas saídas à barbatana durante os meses de inverno, primavera e outono.

Não é só de barco que se fazem boas caçadas, porque, as saídas à barbatana apesar de mais cansativas, também dão os seus frutos.

 Esperemos que 2012 seja igual ou melhor que 2011. Aqui ficam algumas fotos para recordar o ano passado…